YUXIN MESHTIKA - Encontro dos espíritos
Texto crítico de Kássia Borges

Gostaríamos de convidar o espectador para adentrar múltiplos territórios, narrativas, poéticas e proporcionar um encontro. Uma mostra de acervo da galeria Carmo Jonhson Projects, com 4 artistas e eu, convida a percorrer esse território através dos sonhos. É um convite para um encontro de espíritos, linguagens, cosmologias e artivismos.

Tamikuã Txihi vem com seu gene ancestral, mas com um olhar totalmentecontemporâneo pelas formas e intenções políticas de mulher onça. Nestemesmo caminho Naine Terena vai trançando a ancestralidade com o cotidiano de mulher indígena e seus materiais as vezes inusitados, tecendo fios e formando redes de encontros. O movimento MAHKU apresenta suas mirações com cores fortes e luminosas para levar aos sonhos e convidar aos transeuntes que por aqui passam, a sair do estado de dormência e acordar para o habitat ancestral. Kaya Agari sonha seus grafismos estendendo para outros planos e superfícies com linhas e cores tiradas de pigmentos naturais. Eu, Kássia Borges, mulher Ynã, nascida do barro ancestral de gaia, parida da minha família paterna vou escorregando pelo chão e me transformando na grande mulher jiboia que sempre fui.

A arte indígena contemporânea, ou melhor dizendo, os movimentos estéticosindígenas se abrem para um novo momento da história da arte e desvenda umuniverso único de novas experiências de aisthesis.

Entrem e deixem seus corpos desanestesiar.