
SP-ARTE 2024
Apresentando MAHKU, Kássia Borges, Kaya Agari e Naine Terena.
Para a vigésima edição da SP-ARTE, apresentamos um desdobramento da exposição coletiva YUXIN MESHTIKA - Encontro de espíritos, aberta ao público a partir de 2 de abril de 2024, com texto crítico de Kássia Borges.
Com a participação de MAHKU - Movimento dos Artistas Huni Kuin (Aldeia Chico Curumin - Jordão - Acre - Brasil, 2012), Kássia Borges (Goiânia, 1962), Kaya Agari (Cuiabá, 1986) e Naine Terena (Cuiabá, 1980), a galeria promove um encontro de espíritos, linguagens, cosmologias, estéticas e ativismo entre artistas indígenas contemporâneos.
Os artistas do MAHKU, que em 2024 levarão suas pinturas para a fachada do pavilhão central da Bienal de Veneza em uma obra monumental de 750 metros quadrados, trazem para a SP-Arte as cores vibrantes das miragens guiadas pelos cantos que levam à medicina sagrada do nixi-pae (ayhuasca) e aos mitos da cultura Huni Kuin. Utilizam a pintura como instrumento estético e político de resistência cultural a uma tradição em vias de extinção e de restituição de terras na floresta amazónica, perdidas durante o ciclo económico predatório da borracha.
Os artistas do MAHKU, que em 2024 levarão suas pinturas para a fachada do pavilhão central da Bienal de Veneza em uma obra monumental de 750 metros quadrados, trazem para a SP-Arte as cores vibrantes das miragens guiadas pelos cantos que remetem à medicina sagrada do nixi-pae (ayhuasca) e aos mitos da cultura Huni Kuin. Utilizam a pintura como instrumento estético e político de resistência cultural a uma tradição em vias de extinção e de restituição de terras na floresta amazónica, perdidas durante o ciclo económico predatório da borracha.
Seguindo a necessidade de revitalização cultural, Kaya Agari transporta o Kywenu, a pintura corporal Kurã-Bakairi de sua etnia, para a tela e o tecido. Entendendo seu trabalho como uma forma de perpetuar uma cultura que remonta à ancestralidade do fazer artístico, a artista traça as linhas e cores com pigmentos naturais que formam um alfabeto de significados. A tradição Kurã-Bakairi tem o espírito Kuamoty como criador de seu povo e agente iniciador do conhecimento da pintura corporal.
Naine Terena, artista, pesquisadora e ativista, é uma figura central no debate sobre a arte indígena brasileira contemporânea, tendo sido curadora da exposição Véxoa: Nós sabemos na Pinacoteca de São Paulo entre 2020-21. A sua produção artística centra-se na criação de objectos e imagens que desafiam a noção rígida de arte através do entrelaçamento de fios e teares tradicionais Terena, da sua etnia e da interferência humana no mundo.
Rastejando entre o barro e o chão, Kássia Borges, artista Ynã [Karajá], constrói figuras totêmicas que narram caminhos femininos dentro da cosmologia de sua cultura. Discutindo origem e ancestralidade, a artista apresenta totens cerâmicos compostos por cobras, vulvas e tetas; figuras que carregam os poderes da conexão espiritual e do fazer ritualístico da obra de arte.
Apresentamos um conjunto de obras que mostram como os movimentos estéticos indígenas se abrem para um novo momento da história da arte e desvendam um universo único de novas experiências de aisthesis.