Fundado em 2012, o MAHKU explora a justaposição de elementos do seu ambiente circundante através de narrativas que criam uma experiência única com cores vivas e a sua própria interpretação, quase surrealista, da floresta amazônica.
Liderados por Ibã Huni Kuin, o MAHKU realiza pinturas que são uma ferramenta política, social e estética para recuperar terras perdidas, garantir direitos básicos e perpetuar a tradição oral e visual Huni Kuin. A realização mais notável do MAHKU foi a iniciativa “Vende tela, compra terra", que buscou a restituição territorial.
Com a compra de mais de 20 hectares de terra na sua região de habitat, o MAHKU tem como objetivo ganhar autonomia no seu próprio território. A abertura do Instituto MAHKU está em desenvolvimento, com o objetivo de criar um centro independente de investigação e preservação da floresta, bem como dos seus conhecimentos e tradições Huni Kuin.
Embora os artistas do MAHKU pintem separadamente, estão fortemente ligados entre si por laços familiares que atravessam três gerações. Avô, pai e filho, fugindo a uma lógica comum. Assim, a riqueza do trabalho do MAHKU reside na incorporação instintiva da irracionalidade e dos desejos da mente, amplificada por traços estilísticos individuais e interpretações do mundo visível e invisível.
Esse cenário revela o papel primordial do MAHKU no cenário da arte indígena contemporânea, tanto nacional quanto internacional. O seu posicionamento social, político e estético, através do "Vende tela, compra terra", imortaliza o conhecimento ancestral da floresta amazônica, recupera terras perdidas durante o ciclo da borracha amazônica do final do século XIX e reafirma a importância social da reparação e atenção aos povos indígenas brasileiros.