ART BASEL MIAMI BEACH
BOOTH P8

Apresentando MAHKU - Movimento dos Artistas Huni Kuin

"Vende tela, compra terra” (Sell painting, buy land)

"Vende tela, compra terra - um movimento de resistência para reconquistar território na floresta amazônica.”

Para a Art Basel Miami Beach 2024, setor Positions, a galeria Carmo Johnson Projects apresenta o MAHKU - Movimento dos Artistas Huni Kuin (Acre - Amazônia - Brasil). Apresentando um novo conjunto de pinturas, relacionadas com a sua ascendência Huni Kuin, as obras de arte traduzem e transformam em imagens os cantos Huni Meka, a cerimônia em que a medicina ayahuasca é consagrada. Esses cantos, por sua vez, são caminhos que colocam os participantes nos rituais de ayahuasca (nixi pae) em relação com a alteridade. O MAHKU pinta, portanto, uma relação de tecnologia, pinturas que são pontes para o mundo não-indígena.

Fundado em 2012, o MAHKU explora a justaposição de elementos do seu ambiente circundante através de narrativas que criam uma experiência única com cores vivas e a sua própria interpretação, quase surrealista, da floresta amazônica.

Liderados por Ibã Huni Kuin, o MAHKU realiza pinturas que são uma ferramenta política, social e estética para recuperar terras perdidas, garantir direitos básicos e perpetuar a tradição oral e visual Huni Kuin. A realização mais notável do MAHKU foi a iniciativa “Vende tela, compra terra", que buscou a restituição territorial.

Com a compra de mais de 20 hectares de terra na sua região de habitat, o MAHKU tem como objetivo ganhar autonomia no seu próprio território. A abertura do Instituto MAHKU está  em desenvolvimento, com o objetivo de criar um centro independente de investigação e preservação da floresta, bem como dos seus conhecimentos e tradições Huni Kuin.

Embora os artistas do MAHKU pintem separadamente, estão fortemente ligados entre si por laços familiares que atravessam três gerações. Avô, pai e filho, fugindo a uma lógica comum. Assim, a riqueza do trabalho do MAHKU reside na incorporação instintiva da irracionalidade e dos desejos da mente, amplificada por traços estilísticos individuais e interpretações do mundo visível e invisível.

Esse cenário revela o papel primordial do MAHKU no cenário da arte indígena contemporânea, tanto nacional quanto internacional. O seu posicionamento social, político e estético, através do "Vende tela, compra terra", imortaliza o conhecimento ancestral da floresta amazônica, recupera terras perdidas durante o ciclo da borracha amazônica do final do século XIX e reafirma a importância social da reparação e atenção aos povos indígenas brasileiros.

 
Carmo Johnson Projects